O Economist de 2 a 8 de Junho de 2007 traz um grande ensaio sobre o aquecimento global.
Nessa revista, na página 2 esclarece-se que a produção de electricidade e calor a nível global contribui com 25% dos gases para o aquecimento do planeta, a desflorestação, pela redução de sequestro de carbono, com 18%, a indústria com 14%, a agricultura com 14%, os transportes com 14%, o lixo com 3% e as restantes actividades com 12%.
(Prof. Tomaz Dentinho em A União)
Nessa revista, na página 2 esclarece-se que a produção de electricidade e calor a nível global contribui com 25% dos gases para o aquecimento do planeta, a desflorestação, pela redução de sequestro de carbono, com 18%, a indústria com 14%, a agricultura com 14%, os transportes com 14%, o lixo com 3% e as restantes actividades com 12%.
Existem muitas formas de reduzir as emissões de dióxido de carbono mas há umas bastante mais eficientes do que outras. Algumas delas até representam um ganho económico mesmo aos preços actuais. As referidas como mais eficazes são o isolamento, a construção de veículos eficientes, a implementação de sistemas de iluminação mais baratos, o aquecimento de água pela energia solar e o uso de biocombustível a partir de cana de açúcar. A energia nuclear é neutra em termos de eficiência aos preços actuais o que indica que muito há a fazer antes de tomar aquela opção arriscada. No entanto existem uma série de tecnologias ineficientes em termos económicos que nem por isso nos deixam de ser vendidas e propagandeadas como magníficas: a energia eólica, a florestação, a energia solar fotovoltaica, a passagem do carvão para gás, ou o armazenamento de CO2 no subsolo. São ineficientes, de acordo com o Economist, porque têm um custo marginal muito elevado face ás alternativas atrás indicadas.
Basta olhar para a proporção das várias fontes de energia primária para percebermos que os bonitos anúncios com eólicas, paineis solares fotovoltaicos e energia geotérmica, pouco tem a ver com a realidade mundial. 34% da energia mundial vem do petróleo, 25% do carvão, 21% do gás natural, 7% do nuclear e 13% são efectivamente renováveis. A maior fatia das energias renováveis cabe à biomassa ou lenha com 10% e à energia hídrica com 2%. A energia geotérmica representa somente 0.4% da energia mundial consumida, a energia eólica 0,06%, a solar térmica 0,04% e a energia das marés 0,004%.
Na página 29 desse ensaio aparece alguma propaganda velada aos carros japoneses e franceses. De acordo com os autores, são marcas como a Nissan, a Toyota e a Renault aquelas que têm melhor desempenho na redução das emissões de CO2, pela maior aposta nas tecnologias eficientes. Também nos é dito, na mesma página, que devido às restrições americanas e europeias à importação de biocombustível feito a partir da cana do açúcar proveniente do Brasil, se tenta produzir o dito biocombustível a partir do milho, sem grandes vantagens para o aquecimento global e com desvantagens nítidas para os lavradores, por exemplo açorianos, que vêm o preço do milho aumentar de dia para dia. Mas o aspecto mais espantoso do referido ensaio é-nos trazido pelo caso de políticas desconsertantes. O mundo acredita ter banido da atmosfera um dos gases de estufa mais eficientes, os HFC-23 que é um subproduto do HFC-22 cujo impacto no efeito estufa é 11700 vezes superior ao do CO2. O custo da sua eliminação é baixo, no entanto, como a China não assinou o Protocolo de Montreal, a indústria mundial moveu-se para aquele país que beneficia com o monopólio que criou. Ao fim e ao cabo todo o mundo está a financiar a China para poluir todo o mundo. Em suma, se queremos combater o aquecimento global é bom que o façamos sem cegueira.
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