Thursday, November 6, 2008

Ano Internacional da Astronomia - Extinção no final do Ordovícico

As escolas interessadas em alguma palestra no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Astronomia deverão contactar a delegação regional para o Ano Internacional de Astronomia (aia2009@uac.pt). No caso de a escola e o palestrante serem de ilhas distintas, haverá despesas de viagem e possivelmente de alojamento que ficarão a cargo da escola. O deslocamento do palestrante a uma escola está sempre sujeito à sua disponibilidade de tempo. Estas palestras não abrangem apenas a astronomia mas temas tão díspares como a literatura, bioquímica, economia e geologia. Assim, agradecemos que divulguem esta iniciativa junto de colegas de outras áreas científicas.
Informação detalhada sobre a palestra Extinção no final do Ordovícico
-Terá a extinção maciça do final do Ordovícico sido provocada por uma explosão de raios gama? Palestrante: Sérgio Ávila, Centros de Ciência dos Açores.
- Breve descrição: Estão documentadas 5 grandes extinções desde o início do Fanerozóico, há cerca de 542 milhões de anos. Destas, a extinção maciça que ocorreu no final do Ordovícico, há cerca de 460 milhões de anos afectou de forma particularmente intensa a vida à superfície da Terra bem como os organismos que na altura habitavam águas pouco profundas. O registo fóssil desta época indica que as espécies de profundidade foram pouco afectadas e esta discrepância entre organismos litorais e de profundidade, há muito tempo que é tema de debate e especulação científica entre os biólogos.
Uma teoria recente (Mellot et al., 2004), propõe que esta extinção maciça terá sido provocada por causas extraterrestres, mais especificamente, pela explosão de uma supernova na nossa galáxia. Durante o colapso gravitacional deste tipo de estrelas, raios X e radiação gama são produzidos em enormes quantidades e, se esta estrela estiver suficientemente perto da Terra, o fluxo de fotões incidentes no nosso planeta será potencialmente devastador para os organismos vivos.


A Supernova SN2002fk na galáxia NGC 1309. Cortesia do Lick Observatory e do Hubble Space Telescope.

Os efeitos mais perversos dão-se ao nível dos gases existentes na atmosfera que envolve o nosso planeta. O azoto atmosférico (N2) e o oxigénio (O2), são separados pela radiação de alta energia, originando dióxido de azoto (NO2), um gás castanho venenoso, que afecta em especial as vias respiratórias. A elevada concentração deste gás na atmosfera terá impedido que a luz do Sol atingisse a superfície do planeta, interrompendo assim os processos fotossintéticos por parte das primitivas plantas terrestres. A camada de ozono foi também afectada em larga escala, permitindo que os raios ultravioletas atingissem a superfície da Terra. O resultado mais evidente destas acções nefastas foi a extinção maciça dos organismos habitando em terra firme e em águas litorais, ao passo que organismos vivendo a elevadas profundidades pouco foram afectados.

-Disponibilidade: S. Miguel e outra ilhas.

-Público alvo: a partir do 5ª ano.
(In Ano Internacional da Astronomia-Açores)