4. A prática de exercício físico é um método importante na prevenção do excesso de peso. Numa cidade, foi construído um parque no qual existe um circuito destinado a jogging.
Sabe-se que o circuito é formado pelo:
• triângulo [ADE] rectângulo em D;
• rectângulo [ABCD];
• semicírculo de diâmetro [BC].
4.1. Considerando as dimensões da figura anterior determina:
4.1.1. o comprimento do percurso, sabendo que começa no ponto A, percorre toda a figura por ordem alfabética (excluindo os segmentos a tracejado) e termina no ponto de partida. Apresenta todos os cálculos que efectuaste, e indica o valor aproximado, por defeito, a menos de 0,1, para o comprimento do percurso.
4.1.2. a área total do parque. Apresenta todos os cálculos que efectuaste e indica um valor aproximado, por excesso, a menos de uma centésima, para a respectiva área.
4.2. Um frequentador assíduo do parque verificou que demoraria 18 minutos a realizar o percurso, à velocidade de 12 quilómetros por hora. Se ele correr a uma velocidade de 10 quilómetros por hora, quantos minutos demorará a fazer o percurso? Apresenta o resultado arredondado às décimas do minuto. Justifica a tua resposta. Considera-se justificação a apresentação dos cálculos.
Exploração
Num artigo de Rámon Núñez Cárdenas, Maiara Resky e Tomas Menendez, refere-se que uma sessão de exercícios aeróbicos, por exemplo, é suficiente para a redução da ansiedade (Folkins & Sime, 1981; Mihevic, 1982; Morgan, 1985). Embora a ansiedade possa ser mantida em níveis reduzidos por quatro a seis horas ou mais, ela volta aos níveis prévios no prazo de 24 horas. Assim, de acordo com Weinberg & Gould (1996) será importante manter uma frequência das sessões de exercício físico para impedir o aparecimento da ansiedade crónica.
De um modo geral, pode afirmar-se que o desporto e exercício físico pode ser responsável pelo bem-estar das crianças e jovens durante o ensino e aprendizagem nas nossas escolas. Veja-se por exemplo os problemas de Saúde Mental que tem apresentado um severo agravamento na sociedade actual. Alguns desses problemas estão relacionados com a auto-imagem, que muitas vezes também estão associados a problemas de obesidade, quer pela imagem negativa que o indivíduo tem de si mesmo, quer pela crítica da sociedade a que o obeso está sujeito.
Uma investigação realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental Americano-NIMH-(Regier et al., 1984) com uma amostra de 17.000 pessoas, de cinco comunidades, utilizando como fonte de diagnóstico o Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders (American Psychiatric Association,1980), indicou que durante seis meses, 20% da população adulta sofreu, de alguma forma, um transtorno mental, e estimaram que 29% a 38% dos americanos podem esperar contrair algum problema psiquiátrico significativo durante as suas vidas (Regier et al., 1988). Para tratá-los são tradicionalmente usadas a psicoterapia e a medicação.
Para minimizar esse tipo de problemas, têm sido examinados meios alternativos de profilaxia e tratamento desses problemas, entre os quais o exercício físico.
O valor do exercício para a prevenção e o tratamento da ansiedade e da depressão, segundo Burton (1964), era reconhecido pelos médicos desde o tempo de Hipócrates. Mais recentemente (Antonelli, 1974; Becker Jr., 1985; Becker Jr, 1986), apontam o exercício e o desporto como uma medida psicoprofilática.
Alguns investigadores referem que a falta de exercício é um factor importante para o rendimento académico. Coloca-se aqui, por se achar pertinente um artigo de Rui Baptista, publicado no
De Rerum Natura.
“Quanto maior e mais activa for a força lúdica mais a criança é inteligente e disponível para um destino superior”. (Emile Planchard)
Pelo facto de, ao nos debruçarmos sobre a história dos acontecimentos, podermos avaliar a sua influência no tempo futuro, regresso a Ramalho Ortigão e à sua denodada campanha em prol dos exercícios físicos da juventude portuguesa quando chama a atenção da Câmara dos Pares para um estudo ter demonstrado que os exercícios ginásticos são úteis não só ao desenvolvimento físico, porque nas escolas inglesas em que se introduziu a ginástica os alunos aprenderam mais e em menos tempo do que naquelas em que a ginástica não existiu. Ora, sobre Ramalho não pode recair a suspeição de se ter feito juiz em causa própria. Não consta de nenhum dos seus registos biográficos que o escritor, para além da leccionação da disciplina de Francês, no Colégio da Lapa, da cidade do Porto, tivesse exercido o magistério das práticas gimnodesportivas de que, todavia, foi um devotado e incansável defensor. Passado quase um século, trabalhos de investigação, levados a efeito, na década de 50, em França (Vanves, Tourangeau, Montabaun) e na Bélgica (Bruxelas), confirmaram a influência benéfica da Educação Física no rendimento escolar, quer sob o ponto de vista físico, quer de aprendizagens cognitivas e não só. O próprio Dr. Fourestier, responsável pela experiência de Vanves, não se exime em declarar entusiasmado: “Com métodos pedagogicamente novos não criaríamos apenas uma raça fisiologicamente nova. Faríamos, possivelmente, homens moralmente novos, e mais fraternos uns com os outros”. Aliás, é para esse “homem moralmente novo” que vai também o apelo de C. S. Lewis, professor de Cambridge: “Fabricamos homens sem coração e esperamos deles virtudes e magnanimidade. Rimo-nos da honra e surpreendemo-nos se há traidores entre eles.”No decurso do ano de 1969, Olivier Guichard, ao tempo ministro gaulês da educação, justificava a necessidade de haver seis horas semanais para a prática física dos alunos do ensino primário com o argumento de “o horário de então reflectir uma concepção intelectualista dando prioridade à matéria ensinada”. Em Portugal, foi levado a efeito um estudo sobre a influência da ginástica na melhoria da fadiga intelectual de 36 crianças do ensino primário na realização de provas de ditado. De uma forma muito resumida, os resultados demonstraram que nos dias em que a prova de ditado era precedida de 15 minutos de ginástica os erros ortográficos dados eram em menor número relativamente aos dias em que a ginástica não era ministrada. Este trabalho de investigação científica esteve a cargo do então director do INEF/Faculdade de Motricidade Humana e três dos seus docentes, tendo merecido um prémio científico da prestigiada Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, em1963. Neste contexto, respaldo-me no formosíssimo testemunho de Agustina Bessa-Luís que, sem estudos académicos especializados, apenas pela fina intuição de festejada literata do comportamento humano, em entrevista concedida a Clara Ferreira Alves ("Expresso", em 1989), se torna sequaz do filósofo francês Gabriel Marcel (1889-1973): “Não se tem um corpo; é-se um corpo”. Da entrevista, destaco este diálogo lapidar:
“Clara Ferreira Alves: Observa as pessoas como quê? Personagens? Não é bem isso, pois não?Agustina Bessa-Luís: Robots divinos. O ser humano é um robot perfeito. Quando há uma determinada reacção quero saber qual a mola que saltou, a engrenagem que não funcionou.
Clara Ferreira Alves: Qual a realidade desses robots? Que corpo têm? Têm corpo ou são só inteligentes?
Agustina Bessa-Luís: O corpo é uma inteligência”.
(A caricatura de Agustina Bessa-Luís é da autoria de André Carrilho).
No contexto anteriormente referido, será possível explorar e estudar, se o sucesso dos alunos em matemática é superior ou não, quando a disciplina de Educação física a precede. Se de facto os resultados forem mais eficazes, após realização de exercícios físicos antes das aulas de matemática, seria aconselhável atender a tal facto aquando da feitura dos horários escolares, de modo a promover o sucesso em matemática.